Quando a mulher se entrega
“facilmente” pelo sexo ao homem, está condicionando-o a encarar esse
relacionamento como algo não essencial para a vida dele
É claro para todos nós que homens e
mulheres têm papéis distintos na procriação, também é sabido que por
essa desigualdade, eles percebem o sexo de forma diferente. Para
demonstrar isso, faço alusão a obra literária: “Homens fazem sexo, mulheres fazem amor”, pois, se nos aprofundarmos no assunto, veremos que sexualidade é um conjunto muito mais complexo que envolve todo o ser.
Ao contrário do que muita gente imagina,
a sexualidade não está só nos impulsos e órgãos reprodutores, mas
também na forma como nos expressamos, como entendemos e olhamos o mundo,
os nossos afetos, interesses e nossas inclinações, a construção de
nossa personalidade, até no modo de nos locomovermos; tudo isso
é perpassado pela nossa sexualidade.
“A sexualidade afeta todos os aspectos
da pessoa humana em sua unidade de corpo e alma. Ou seja, diz respeito à
afetividade, à capacidade de amar e de procriar e, de uma maneira mais
geral, à aptidão a criar vínculos de comunhão com os outros” (Catecismo
da Igreja Católica, art. nº 2332).
Percebemos nossa sexualidade no corpo,
em nossos impulsos, mas também como uma capacidade psíquica (fantasias,
pensamentos), social (atitudes, criação de vínculos) e espiritual
(vocação esponsal, paternal ou maternal). O ser masculino é mais
inclinado ao ato sexual por um motivo bem simples de entender. A
natureza deu ao homem o material genético responsável por fecundar,
então o fez com características psicológicas, sociais e espirituais para
tal. Para o homem o sexo é algo importantíssimo, latente em seus
sentidos quase que todo o tempo.
Existe um vídeo com o título “Masculinidade: o que está acontecendo com os homens”,
de autoria do Padre Paulo Ricardo, no qual ele cita que “o substrato
básico do ser humano está na feminilidade e que o sexo masculino para se
desenvolver precisa surgir de um esforço”.
Em resumo, o homem precisa lutar por
algo em que acredita para encontrar sentido na sua existência. Ele
necessita esforçar-se para autenticar sua masculinidade. Por isso digo
que, mesmo com instintos voltados para tanto interesse sexual, o melhor
para o homem é guardar-se, de forma a lutar por aquela que será sua
mulher.
Quando a mulher se entrega “facilmente”
ao homem pelo sexo, ela o está condicionando a encarar esse
relacionamento como algo não essencial para a vida dele. Ele pensa:
“Está lá, fácil e disponível quando quero, não preciso me preocupar em
manter”. E entendamos “entregar-se facilmente” como “sexo antes do
casamento”, porque nisso não há comprometimento verdadeiro nem esforço
da parte dele. Basta ver o quanto os homens de hoje não querem muito
saber de envolvimento afetivo, isso lhes parece prisão. Pois, se eles
podem lutar por suas outras preocupações adiante e ainda ter companhia
com sexo, para que se amarrarem?
Mas quando um homem luta por uma mulher,
quando ele tem registrado em suas memórias o quanto se esforçou para se
comprometer definitivamente com ela pelo sacramento do matrimônio, o
ato conjugal terá para ele um valor amplamente significativo, uma parte
integrante da validação da sua masculinidade. Além do prazer, será uma
gratificante sensação na alma de perceber-se bondoso o suficiente para
ela, e o que atesta tudo isto será perceber sua esposa desejosa de
você, e isso será o mesmo que ela lhe dizer: “Valeu a pena tudo o que você fez por mim, então me doo a você”.
O ato sexual tem de ser a celebração de
tudo o que eles viveram em suas histórias e que se entrelaçou, e do que
construíram juntos naquele dia, e não somente o prazer pelo prazer. O
gozo, portanto, sem levar em conta as outras condições que o envolvem,
pode gerar várias impressões negativas nas pessoas, como pensar que estão sendo usadas, que o gozo é apenas uma forma de descontar uma raiva ou uma recompensa.
O mundo mede a masculinidade de um homem por suas conquistas efêmeras e, quem sabe, pela quantidade de relações sexuais. Mas Deus tem projetos muito maiores para você.
O Senhor quer lhe proporcionar o máximo que você pode ser, e levá-lo à
plenitude de corpo e alma por meio da sua vocação ao matrimônio.
Alcançar essa bênção é o esforço que vale a pena!
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